SATED SP

HISTÓRIA DO SATED SP

No ano de 1934, momento que a luta operária pela autonomia sindical crescia, e três anos após a publicação da Lei de Sindicalização, foi criado, em 18 de dezembro, o Sindicato dos Artistas. Desde lá, foram inúmeras as lutas e conquistas da categoria em que ele esteve presente.

Veja a nossa história também através da linha do tempo abaixo:

Ano de 1925 – A pedido da casa dos artistas, o deputado Nicanor Nascimento apresenta projeto de lei que obriga as empresas teatrais a cumprirem o código comercial. A lei, cria as categorias de artistas e auxiliares teatrais, obriga a formalização de contratos e fixa a jornada de trabalho semanal entre outros pontos.
Mas no ano seguinte, está lei será substituída por outra agora incluindo os direitos do autor. Elaborada por uma comissão formada na SBAT, foi definida na câmera por um deputado muito conhecido nas Coxilhas, Getúlio Vargas. 

Ano de 1931 – O governo Getúlio Vargas pública a lei federal de sindicalização e a criação de sindicatos de trabalhadores se alastra. 

Ano de 1933 – Nascia o sindicato dos trabalhadores de teatro de São Paulo. 
Os 50 anos em 5 de JK, parecem modestos diante das transformações vividas ao longo da década de 50 no setor cultural. São Paulo vê nascer o TBC e dezenas de outras companhias teatrais. Nasce a escola de arte dramática, o lendário teatro de arena e o resistente teatro oficina.

Ano de 1964 – O golpe civil militar em poucos meses começa a destruir tudo isso. Logo a TV Excelsior, canal 9 de São Paulo, vai firmando o modelo de dramaturgia que em um futuro próximo se tornará a mania nacional, a telenovela de longa duração.
O departamento de censura assumirá o protagonismo de todas as peças em cartaz. Protagonista detestável, amputa algumas obras, proíbe outras, persegue artistas e prende sindicalistas. Mas a categoria, que gosta de chamar a si mesmo de classe, resiste.
A inesquecível linha de frente marcha com a passeata dos cem mil e reivindica, entre outras coisas, o fim da censura às artes.
Ruth Escobar, a portuguesa mais brasileira desde Carmen Miranda, ergue e manda quebrar as paredes de seu teatro sem temer jamais. Afinal, a ditadura começa a perder fôlego depois de destruir vidas, carreiras e obras. A categoria resiste em 24 de maio de 1978.

Ano de 1978 – É publicada a lei 6533. A partir daí, atrizes e atores não terão que comparecer à polícia federal, junto com músicos e prostitutas, para informarem quem são, onde vivem e retirar o que ficou conhecida como carteirinha de p***.
Sem sindicatos ou associações para defendê-las, as trabalhadoras do sexo ainda levariam 30 anos para começar a obter algum respeito.
O ano de 1978 marca também a chegada de Lélia Abramo ao SATED São Paulo, na primeira chapa de oposição vitoriosa desde o começo da ditadura.
Então veio a luta pela anistia. O prejuízo causado pelo regime militar fica cada vez mais evidente. O movimento sindical renasce pouco a pouco.
Acordamos do pesadelo de assassinatos e torturas realizadas em prédios públicos no horário de expediente.
Estávamos ainda machucados, tontos e sem tempo de olhar o que foi feito de nós, nós resistimos!
O cinema é arrasado por um aventureiro no poder e o mercado publicitário prospera.  O teatro enfrenta inúmeras dificuldades, mas os estúdios de dublagem e se profissionalizam em definitivo. A lei Rouanet altera as condições de produção teatral e faz nascer, com dinheiro público, franchise de espetáculos da broadway.
A indústria das telenovelas emprega. A produção artística fica quase inviável por falta de fomento. Sobrevivemos!

Ano de 1990 – Ao final da década de 1990, históricos militantes como César Vieira, jovens e maduros artistas, debatem com um gigante intelectual, Milton Santos, e nasce o movimento arte contra a barbárie. Avançamos! Voltamos a sonhar com uma política de estado para a cultura, e o resto, Como a final de Hamlet, a história! Os artistas e técnicos do SATED SP, reunidos na chapa transparência inovação, tem fome de ajudar e fazer essa história. Sonho em propiciar condições cada vez melhores para que, técnicos e artistas da arte da cultura e do entretenimento, possam seguir juntos não apenas nos palcos, picadeiros, coxias e passarelas. Mas também nas lutas para garantir seus direitos de trabalhadores.
Repetindo as palavras de Lélia Abramo, cuja memória inspiradora não podia faltar neste dia “A nossa posse, hoje, é o coroamento de pelo menos um ano de luta e de trabalho (…) um grupo de pessoas, que mesmo inexperientes (…) mesmo sangradas e retalhados em suas aspirações mais profundas como artistas e cidadãos, mesmo assim e muito por causa disso, descobriram o entusiasmo, o despertar da consciência de mais uma vez acreditar na possibilidade do encontro, como coletivo, na união como caminho para a criação de espaço onde, como trabalhadores, pudessem se exprimir e possibilitar a expressão de toda uma categoria”.